sábado, 19 de novembro de 2011

Entrevista à Maria Reis da Adopção de Animais




Mais uma entrevista aqui na Susanita na Net e esta é daquelas que tenho muito orgulho em vos apresentar.

Este blogue é um reflexo dos temas que gosto e luto e a defesa dos animais é um deles.

Quero vos apresentar 4 mulheres de armas ( Inês, Mónica, Mila e Maria) que procuram diariamente lutar contra os maus tratos nos animais como achar um doce lar para todos eles.

A Susanita perguntou e obteve logo resposta e deixo -vos assim uma conversa séria e muito sentida com a ajuda da Maria Reis, que desde já agradeço todo o esforço e disponibilidade.

Tudo isto para dizer que se fala de tanta porcaria e coisas sem interesse na TV, jornais e afins e o essencial e importante muitas vezes passa ao lado...


Vamos lá então embarcar na viagem à Adopção de Animais :)


1.       Como surgiu o projecto Adopção de Animais?

As actuais administradoras não são as fundadoras da página. Sabemos que a página surgiu pela necessidade de ajudar na divulgação dos animais que estavam para adopção. Entretanto as pessoas que criaram a página saíram e fomos ficando algumas e à medida que a página crescia, entravam mais pessoas.   


2.       A vossa equipa é constituída por quantas pessoas?

Somos 4 pessoas, 4 mulheres de armas :-)  


3.       No vosso parecer porque há um grande números de animais abandonados?

Má formação, mau carácter das pessoas principalmente...peço desculpa mas gosto de ser directa no que digo e no que faço. Muitas das pessoas compram ou adoptam animais em bebés  depois como eles crescem, deixam de ter piada e começam fazer algumas asneiras...abandonam-nos simplesmente. Claro que existe mais situações para o abandono: saída do país, divorcio, supostas alergias...por o cão não ladra, porque o cão ladra...porque o gato arranhou... 


4.       Para além do abandono há também  os maus tratos, como lidam com o mau estar de certos casos?

Essa é uma das piores partes do nosso trabalho. Não podemos fazer uma coisa a não ser aconselhar a pessoa que faça denuncia às autoridades...o problema muita das vezes é que nada fazem...Pedimos também à pessoa que tente pedir o animal, para pelo menos o tirar de lá...  


5.       Alguma história vos tenha “tocado” de uma forma muito marcante?

Muitas...A situação do canil de Évora por exemplo, soubemos que estavam a abater animais que já estavam em processo de adopção. Conseguimos chamar a atenção da comunicação social e felizmente as coisas acalmaram. Depois há casos singulares. Da Hope por exemplo que foi encontrada queimada na Póvoa de Lanhoso e eu consegui que ela viesse para Lisboa para uma FAT para ser tratada, Depois passado uns dias a FAT já não a podia ter mais por questões pessoais e voltamos quase à estaca zero. Felizmente em 2 ou 3 horas a Hope já tinha uma nova FAT, que se tornou FAD rapidamente. Passado umas semanas soubemos que a Hope estava grávida...teve 2 maravilhosos patudinhos que foram adoptados em conjunto.
O Óscar, é o nosso caso mais recente, estava a menos de 24 horas de ser eutanasiado...um patudo de 12 anos e surdo, felizmente conseguimos que fosse adoptados e salvamos o cão.
Mas há muitos mais...
O facto de termos sido convidadas para o programa Portugal no Coração em Outubro do ano passado também nos marcou muito. Tivemos 3 horas a falar de animais e como consideramos que o mais importante são os animais, conseguimos levar cerca de 10 associações e uns 25 animais. 

6.       Como é o dia a dia na Adopção de Animais?
Muito atarefado, entre o emprego e a família, vamos categorizando os muitos e-mails que nos chegam, ver alguma pergunta que haja no nosso mural e depois começamos a publicar apelos. Quando temos algum tempo temos que ver os comentários dos álbuns para verificar  se existe algum animal que foi adoptado e não nos foi comunicado via e-mail. E no meio disto tudo, se existe alguma situação mais complicada "entramos" em campo como foi o caso do Óscar.
  

7.       De que forma todos nós podemos ajudar por pouco que seja? 

Para ajudar a nossa página é ser nosso amigo no Facebook, sugerir a amigos e principalmente divulgar os nossos apelos. Para ajudar os animais em geral, há várias hipóteses: fazer doações de bens ou dinheiro, fazer-se sócio de uma associação, apadrinhar um animal e claro adoptar e não comprar. 


8.       Há animais que nos marcam (eu lembro –me um que vocês falaram que era o Gil, tinha um focinho mesmo fofo), como seguem depois a vida do animal após a adopção?

O Gil foi outro caso que nos marcou, foi encontrado com o seu mano na rua, uma amiga falou e ficamos responsáveis pela adopção. Quando as pessoas adoptam através da nossa página, a administradora que "arregaçou" as mangas, envia sempre o pedido de amizade do seu perfil pessoal e vamos acompanhando a situação do animal: pedimos fotos, telefonamos... 


9.       A crise, na vossa opinião terá algum impacto no bem estar dos animais?

Tem muito impacto! Quando o dinheiro começa a faltar o primeiro "familiar" que é prejudicado é o animal (na maioria das situações) deixa de ir ao veterinário, começa a comer uma ração mais barata e consequentemente menos apropriadamente. Neste momento há muita gente a sair do país para ir trabalhar para fora ou para regressar ao seu país de origem, os patudos ficam para trás. Felizmente já há muita gente a pedir-nos ajuda para arranjarmos um novo lar.   

10.   Falando de casos alegres, alguma história com final feliz querem partilhar?

 Todos os animais que são adoptados são os nossos finais felizes! Desde que não sejam devolvidos ou abandonamos claro.

11.   Que iniciativas promovem, tipo venda de produtos, etc?

Não fazemos isso. Temos apenas uma iniciativa dos 16 dias em que consiste em 16 dias divulgamos uma associação e o respectivo nib para as pessoas ajudarem financeiramente.


Então, a Maria e as outras meninas não fazem um trabalho estupendo? Eu adorei esta entrevista porque acho que é um assunto que devemos falar. 


Em baixo seguem umas fotos que me mandaram e o link para serem amigos no facebook. Toca lá a fazer um like!

Fazer like aqui

Algumas fotos:

Este era o Rasta, já faleceu e foi um caso onde eu chorei ao ver a até onde pode ir a decadência de um animal. Ainda me lembro dele muitas vezes. Rasta estejas onde estiveres que estejas feliz!

O Gil, este focinho é um doce só apetece encher de beijos

A doce Amy, já falecida...

O Oscar, com 12 anos, surdo foi salvo mas entretanto depois de entrevista fiquei a saber que este patudo foi mandado abater :(

A Pipas adoptada pela Maria

A Margarina encontrada meses após o seu desaparecimento.
Então pessoal gostaram da entrevista? Quero saber das vossas opiniões!!!!

2 comentários:

nuno medon disse...

olá. eu adorei a entrevista, mas falta ali a resposta á questão número 10. Uma das coisas que ninguém faz ideia, é que muitas vezes, quem toma conta destes centros de adopções, também acaba por passar por algumas necessidades, pois parte do dinheiro que recebem do seu trabalho, vai para alimentar os animais, nos meses em que não existem apoios. A irmã de um amigo meu, professora ( embora tenham uma quinta, ela alugou um terreno onde colocou lá os animais e ela própria acaba por gastar uns 400 ou 500 euros na comida para os animais ). Seria bom que as pessoas ajudassem estas assossiações em vez de gastaram tanto dinheiro em coisas fúteis. beijos e um abraço. Parabéns pela entrevista.

Unknown disse...

obrigada Nuno já rectifiquei. esta tudo bem. beijinhos e bom fim de semana