terça-feira, 18 de agosto de 2009

A tua alma já não chama por mim...

A tua alma já não chama por mim,
sinto em todo o momento esse vazio,
é como se tivesses morrido e a morte não me tivesse levado também.
As noites são mais escuras que o manto véu que te carregou,
os dias estão mais baços, mais densos que o nevoreiro mais profundo.
As cores tomam formas translúcidas, as pessoas perdem o contorno.
Só te vejo a ti, amor, só isso importa.
O cheiro das flores tornou-se agoniante, pois agora elas já não alegram o teu dia,
o ceu azul tornou-se cinzento, antevendo a tempestade que cai no mar,
esse então revolta-se contra a tua morte, inutil, porque já não estás aqui...
Sofre mar, carrega a minha dor a todos os portos de abrigo, pois nele pode residir
o corpo enerte do meu amado,
traz-mo por favor, porque mais fria que seja a sua presença, o meu amor vai arrancá-lo das mãos do carrasco e devolve-lo à vida...

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